A Polícia Federal e a Polícia Civil do Distrito Federal deflagraram, nesta quinta-feira (29), uma operação contra suspeitos de participarem de uma tentativa de invasão à sede da Polícia Federal e atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro, onde acabaram incendiando carros e ônibus..
Ao todo, as corporações cumprem 32 ordens judiciais de busca e apreensão e de prisão, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, no Distrito Federal e nos seguintes estados:
Rondônia
Pará
Mato Grosso
Tocantins
Ceará
São Paulo
Rio de Janeiro.
Entre os alvos, estão bolsonaristas que frequentavam os atos no Quartel-General do Exército, no Setor Militar Urbano (SMU). Até as 7h30, pelo menos cinco pessoas já tiveram as identidades reveladas:
Klio Damião Hirano
Átila Mello
Joel Pires Santana
Atilla Mello (foto de capa), de 41 anos, se apresenta como pastor e “patrióta”. Ele foi preso na quarta-feira (28) em São Gonçalo-RJ. Outra é Wenia Morais Silva, de 33 anos.
OS CRIMES
Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de prisão.
O futuro ministro da Justiça do governo Lula, Flávio Dino, comentou a operação desta quinta, em uma rede social.
"As ações policiais em curso visam garantir o Estado de Direito, na dimensão fundamental da proteção à vida e ao patrimônio. Motivos políticos não legitimam incêndios criminosos, ataques à sede da Polícia Federal, depredações, bombas. Liberdade de expressão não abrange terrorismo", escreveu.
Operação
A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador romano do primeiro século que ateou fogo em Roma.
Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar um homem preso pela instituição, no dia 12 de dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em conjunto com a Polícia Civil, que apurou os ataques de vandalismo na capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo".
Relembre o caso
- Apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, em 12 de dezembro;
- De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros e ônibus, foram incendiados;
- A Polícia Militar usou bombas de efeito moral e balas de borracha, mas ninguém foi detido na data;
- Um shopping teve de ser fechado e, nas ruas do Setor Hoteleiro Norte, os bombeiros encontraram botijões de gás vazios espalhados;
- Os bolsonaristas usaram, pelo menos, nove botijões para bloquear ruas. Segundo a PM, os botijões foram furtados de um posto de combustíveis;
- Os vidros da 5ª Delegacia de Polícia, que fica na Asa Norte, próximo ao Setor Hoteleiro, foram quebrados e, em frente ao prédio, um ônibus foi queimado;
- À época, o Secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo Souza Ferreira, disse que as imagens dos atos de vandalismo estavam sendo analisadas para identificar os responsáveis;
- As prisões dos envolvidos ocorrem 17 dias após o ataque.
Fonte: G1
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